Sistematicamente, em todos
os encontros que o SINDADOS teve com a direção da PRODEMGE sempre foi pontuada
a necessidade do reconhecimento de uma Comissão de Trabalhadores na empresa, o
que já havia existido no passado e desde 2002 o sindicado vinha batendo nesta
tecla em todas as oportunidades em que se reunia com representantes da direção
da empresa. No segundo semestre de 2010 os trabalhadores reivindicaram de forma
mais incisiva o direito de ter esta organização no local de trabalho à direção da
PRODEMGE e neste sentido foi encaminhado um ofício à empresa com essa
solicitação, juntamente com a proposta de sua
organização.
Os trabalhadores entendiam
que a CT deveria ser escolhida por eles, com garantias para o exercício do
mandato, com regras estabelecidas e homologada por Acordo Coletivo, entre a
PRODEMGE e o SINDADOS- MG.
Ela deveria ser autônoma e
independente em relação à empresa e o governo,
visando fiscalizar os direitos dos trabalhadores garantidos pela CCT e
legislação trabalhista, direitos previdenciários e de saúde do trabalhador.
Acreditavam que um grupo presente diariamente no local de trabalho,
identificando problemas e necessidades dos trabalhadores, seria um canal aberto
e mais eficiente para discussão e busca de soluções junto à empresa, em prol de
melhorias nos processos de trabalho. O que os trabalhadores reivindicavam era o
direito de livre organização, que é previsto na Constituição Federal.
Representações como essa,
onde elas existem, sempre contribuíram para fazer evoluir as relações de
trabalho e foram determinantes para conquistas importantes para os
trabalhadores, tais como ticket refeição, planos de saúde e previdenciário,
equiparação salarial com o mercado, entre outros.
Como a negociação com a
direção da PRODEMGE não evoluia, os trabalhadores e a diretoria do SINDADOS –
MG convocaram uma assembleia e pautou esse assunto, além de outras discussões. A assembleia aprovou encaminhamento de ofício
à empresa evidenciando esta reivindicação da existência da Comissão de Trabalhadores
na empresa e solicitando reunião para tratar este e outros assuntos, porém mais
uma vez a empresa se mostrou irredutível, negando sumariamente todas as
reivindicações dos trabalhadores.
A PRODEMGE além de ignorar a
vontade dos trabalhadores, começou uma movimentação para criar uma Comissão de
Trabalhadores com pessoas que a interessava, sem passar por uma eleição. Os
trabalhadores se uniram no intuito de fazerem a sua vontade respeitada: fizeram
abaixo-assinados, usaram botons que expressavam esta reivindicação e realizaram
novas assembleias.
A direção da PRODEMGE,
PASSANDO POR CIMA DA REIVINDICAÇÃO DOS TRABALHADORES resolveu lançar uma
enquete na Intranet em moldes definidos por ela, para a constituição da
Comissão de Trabalhadores. Essa ação, arbitrária e autoritária foi considerada
um desrespeito aos trabalhadores. A enquete gerou um sentimento de
indignação, dúvida e perplexidade. Mesmo com os trabalhadores discutindo esta
questão com a diretoria da PRODEMGE por mais de 4 meses, tendo até feito uma
proposta de Estatuto de funcionamento da CT
a pedido da própria Presidente, esta resolveu passar por cima de tudo e
de todos e impor seu método de escolha dos representantes.
Apesar da tentativa de
manobrar os trabalhadores com uma enquete em que todos poderiam ser votados, mesmo
sem se candidatarem, de certa forma o desejo dos trabalhadores acabou
prevalecendo, pois estes votaram em lideranças que estavam se expondo e defendendo
esta reivindicação junto com o sindicato. O recomeço da Comissão de
Trabalhadores não teve o modelo idealizado pelos trabalhadores, não teve
inscrição de chapas, o número de membros foi inferior ao idealizado e não houve
aprovação prévia de Estatuto.
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